Flamenguista baiano morto em Paraisópolis tentava vida melhor

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O baiano Mateus dos Santos Costa, 23, viveu sua última semana de vida feliz com seu time, Flamengo, campeão da Libertadores e do Campeonato Brasileiro. Vendedor de produtos de limpeza em um caminhão, costumava trabalhar aos domingos e feriados para se sustentar na cidade de Carapicuíba, desde que veio a São Paulo, há cinco anos.

Ele costumava ir a famosos bailes de favela, principalmente nas zonas norte e sul da capital paulista, quando sobrava um trocado e queria se divertir. Para chegar até esses bailes, demorava entre uma e duas horas de trem e ônibus para ir, e o mesmo tempo para voltar. Durante a semana, não costumava sair —por dinheiro e para se dedicar ao trabalho.

Nascido em Maracás, na Bahia, Costa veio a São Paulo com o objetivo de tentar uma vida melhor para si; para a mãe, cadeirante e com histórico de infartos; e para a irmã, grávida de nove meses. O sonho de uma vida melhor acabou enquanto se divertia, na madrugada de domingo (1º), no baile da DZ7, em Paraisópolis, zona sul de São Paulo. Outros oito morreram.

Ele foi ao local com amigos. Familiares dizem que ele costumava relatar truculência policial na dispersão dos frequentadores daquele e de outros bailes de favela em que ele ia. Falavam para ele deixar de frequentá-los. Ouviam como resposta que não havia lazer em Carapicuíba e que não podiam impedi-lo de viver sua juventude.

Segundo a certidão de óbito do vendedor, a causa da morte foi trauma raquimedular com agente contundente. Ele será levado até sua cidade natal para ser sepultado.

A cunhada de Costa, a empregada Silvia Ferreira, 41, esteve no 89º DP (Distrito Policial), no Portal do Morumbi, onde o caso foi registrado, na tarde de hoje para buscar um documento. Na sequência, ela foi ao IML (Instituto Médio Legal) para liberar o corpo.

“Não vai ficar impune, nem no esquecimento. Ele era trabalhador, morava sozinho, tinha sonhos, tinha planos. Tem que ter uma lógica, tem que ter uma explicação. E ninguém deu explicação”, afirmou a cunhada.

“Em Carapicuíba, a gente não tem nada. Minhas filhas gostam de ir no Tatuapé, eles gostam de ir na DZ7. Sei que faz barulho, os vizinhos reclamam, mas não dá o direito de fazer isso. É impunidade”, complementou.

A Polícia Militar e o governador João Doria (PSDB) informaram entre ontem e hoje que a confusão que terminou com nove jovens mortos ocorreu depois de um criminoso na garupa de uma moto ter disparado contra policiais e ter entrado no meio dos frequentadores do baile funk.

A cunhada de Costa, no entanto, acusa os policiais de terem provocado as mortes. “Imprudência. Desculpa que não tem lógica entrar do jeito que entraram. Não sei se para vocês, que os filhos estão vivos, tem lógica. Para mim, não vejo lógica”, disse.

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Ele costumava ir a famosos bailes de favela, principalmente nas zonas norte e sul da capital paulista, quando sobrava um trocado e queria se divertir. Para chegar até esses bailes, demorava entre uma e duas horas de trem e ônibus para ir, e o mesmo tempo para voltar. Durante a semana, não costumava sair —por dinheiro e para se dedicar ao trabalho.

Nascido em Maracás, na Bahia, Costa veio a São Paulo com o objetivo de tentar uma vida melhor para si; para a mãe, cadeirante e com histórico de infartos; e para a irmã, grávida de nove meses. O sonho de uma vida melhor acabou enquanto se divertia, na madrugada de domingo (1º), no baile da DZ7, em Paraisópolis, zona sul de São Paulo. Outros oito morreram.

Ele foi ao local com amigos. Familiares dizem que ele costumava relatar truculência policial na dispersão dos frequentadores daquele e de outros bailes de favela em que ele ia. Falavam para ele deixar de frequentá-los. Ouviam como resposta que não havia lazer em Carapicuíba e que não podiam impedi-lo de viver sua juventude.

Segundo a certidão de óbito do vendedor, a causa da morte foi trauma raquimedular com agente contundente. Ele será levado até sua cidade natal para ser sepultado.

A cunhada de Costa, a empregada Silvia Ferreira, 41, esteve no 89º DP (Distrito Policial), no Portal do Morumbi, onde o caso foi registrado, na tarde de hoje para buscar um documento. Na sequência, ela foi ao IML (Instituto Médio Legal) para liberar o corpo.

“Não vai ficar impune, nem no esquecimento. Ele era trabalhador, morava sozinho, tinha sonhos, tinha planos. Tem que ter uma lógica, tem que ter uma explicação. E ninguém deu explicação”, afirmou a cunhada.

“Em Carapicuíba, a gente não tem nada. Minhas filhas gostam de ir no Tatuapé, eles gostam de ir na DZ7. Sei que faz barulho, os vizinhos reclamam, mas não dá o direito de fazer isso. É impunidade”, complementou.

A Polícia Militar e o governador João Doria (PSDB) informaram entre ontem e hoje que a confusão que terminou com nove jovens mortos ocorreu depois de um criminoso na garupa de uma moto ter disparado contra policiais e ter entrado no meio dos frequentadores do baile funk.

A cunhada de Costa, no entanto, acusa os policiais de terem provocado as mortes. “Imprudência. Desculpa que não tem lógica entrar do jeito que entraram. Não sei se para vocês, que os filhos estão vivos, tem lógica. Para mim, não vejo lógica”, disse.

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