Moradores de Morro de São Paulo acusam residencial de desmatar APA

spot_img
Blog do Valente

A construção de um empreendimento residencial em Morro de São Paulo, na cidade de Cairu, estaria desmatando, com a anuência da prefeitura municipal, uma área que integra a Área de Proteção Ambiental (APA) das Ilhas de Tinharé e Boipeba. Intitulado como Amerigo Vespucci Residence, o empreendimento promete uma estrutura com lofts, piscina, vista para o mar e dezoito lojas comerciais.

Fotos enviadas para o Bahia Notícias (veja abaixo) mostram que uma clareira está sendo aberta na vegetação do local. De acordo com um dos moradores, que preferiu não se identificar, o empreendimento apresenta ilegalidades desde a sua concepção. Segundo ele, por ser um terreno localizado no topo de um morro e estar dentro de uma reserva de Mata Atlântica, o condomínio não poderia estar sendo construído ali.

Conforme rege a legislação ambiental, cabe ao município licenciar e liberar alvarás para que edificações sejam construídas. A reportagem procurou a assessoria da prefeitura de Cairu, que, através de nota, disse que o empreendimento em questão “está em processo de licenciamento e tem apresentado as documentações condicionantes”.

A obra, informou a assessoria, terá início em março de 2020 e estaria cumprindo as diretrizes exigidas na legislação ambiental. A resposta disse ainda que a abertura da clareira se trata de uma “limpeza da área de preservação, realizada pelos responsáveis pela obra e que está sendo acompanhada por fiscais do município para garantir a manutenção das espécies protegidas”.

Contudo, no caso de Morro de São Paulo, a prefeitura de Cairu está impossibilitada desde 2018 (relembre aqui) de licenciar obras do tipo por conta de uma decisão liminar.

Na época, a Justiça atendeu um pedido do Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) e determinou que a gestão municipal, juntamente com a empresa SP Ambiental, promovessem a destinação final adequada dos resíduos sólidos coletados na cidade. A administração pública do município também estaria cometendo irregularidades quanto a concessão de licenças e autorizações ambientais para implantação de empreendimentos imobiliários e hoteleiros sem qualquer exigência sobre a destinação final adequada para os resíduos gerados.

O Bahia Notícias também procurou o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) em busca de uma posição sobre a acusação. O órgão disse não ter relação com o processo de licenciamento em questão, já que o mesmo foi feito pela administração de Cairu.

spot_img

Comentários

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Relacionadas

Siga nossa redes

22,942FãsCurtir
3,912SeguidoresSeguir
22,100InscritosInscrever

Últimas Notícias

Moradores de Morro de São Paulo acusam residencial de desmatar APA

spot_img
Blog do Valente

A construção de um empreendimento residencial em Morro de São Paulo, na cidade de Cairu, estaria desmatando, com a anuência da prefeitura municipal, uma área que integra a Área de Proteção Ambiental (APA) das Ilhas de Tinharé e Boipeba. Intitulado como Amerigo Vespucci Residence, o empreendimento promete uma estrutura com lofts, piscina, vista para o mar e dezoito lojas comerciais.

Fotos enviadas para o Bahia Notícias (veja abaixo) mostram que uma clareira está sendo aberta na vegetação do local. De acordo com um dos moradores, que preferiu não se identificar, o empreendimento apresenta ilegalidades desde a sua concepção. Segundo ele, por ser um terreno localizado no topo de um morro e estar dentro de uma reserva de Mata Atlântica, o condomínio não poderia estar sendo construído ali.

Conforme rege a legislação ambiental, cabe ao município licenciar e liberar alvarás para que edificações sejam construídas. A reportagem procurou a assessoria da prefeitura de Cairu, que, através de nota, disse que o empreendimento em questão “está em processo de licenciamento e tem apresentado as documentações condicionantes”.

A obra, informou a assessoria, terá início em março de 2020 e estaria cumprindo as diretrizes exigidas na legislação ambiental. A resposta disse ainda que a abertura da clareira se trata de uma “limpeza da área de preservação, realizada pelos responsáveis pela obra e que está sendo acompanhada por fiscais do município para garantir a manutenção das espécies protegidas”.

Contudo, no caso de Morro de São Paulo, a prefeitura de Cairu está impossibilitada desde 2018 (relembre aqui) de licenciar obras do tipo por conta de uma decisão liminar.

Na época, a Justiça atendeu um pedido do Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA) e determinou que a gestão municipal, juntamente com a empresa SP Ambiental, promovessem a destinação final adequada dos resíduos sólidos coletados na cidade. A administração pública do município também estaria cometendo irregularidades quanto a concessão de licenças e autorizações ambientais para implantação de empreendimentos imobiliários e hoteleiros sem qualquer exigência sobre a destinação final adequada para os resíduos gerados.

O Bahia Notícias também procurou o Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) em busca de uma posição sobre a acusação. O órgão disse não ter relação com o processo de licenciamento em questão, já que o mesmo foi feito pela administração de Cairu.

spot_img
spot_img

Comentários

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

spot_img

Relacionadas

Siga nossa redes

22,942FãsCurtir
3,912SeguidoresSeguir
22,100InscritosInscrever

Últimas Notícias