O Bahia vai dar continuidade à categoria sub-23, mesmo após a suspensão do Campeonato Baiano. A decisão foi reafirmada pelo presidente do clube, Guilherme Bellintani, em entrevista ao repórter Thiago Mastroianni, da TV Bahia.
Segundo Bellintani, o projeto do time de aspirantes já foi previsto para durar uma temporada, como no ano passado, e não apenas para utilização durante o Baianão. Ele afirmou que alguns jogadores da categoria serão aproveitados pelo profissional, mas ainda não há definição dos nomes dos atletas que serão promovidos.
– O Bahia não tem pretensão, neste momento, de mudar seus planos em relação ao time sub-23, o time B. A estruturação do time não era específica para o Campeonato Baiano, mas ele é um projeto que, já no ano passado, durou o ano inteiro. Então não faz sentido a gente interromper neste momento. Logicamente, a gente está preocupado com o calendário do futebol baiano. Estamos esperando ainda o desenvolvimento do pico da doença, entender melhor, em termos de saúde pública, como é que isso vai ficar. Para, depois, pensar no futebol e, consequentemente, no calendário. Não tenho dúvida que o calendário vai precisar de ajuste; não só o calendário nacional, mas também o calendário local. Mas, neste momento, a gente mantém nosso plano integral de ter todo o elenco do sub-23 com a gente, junto. Alguns deles vão ser aproveitados no profissional. Isso vai depender muito da própria avaliação da comissão técnica. Não é possível ainda afirmar quantos e quais seriam os atletas aproveitados. Mas a gente entende que o projeto tem muito ainda a prosseguir e que, por enquanto, os planos estão mantidos de permanecer com o time sub-23, completo, até a definição sobre o calendário do futebol baiano – afirmou.
A suspensão do Baianão teve forte impacto na organização dos clubes do interior e também da capital. Nesta semana, o Vitória anunciou o desmanche da categoria sub-23 e a demissão do técnico Agnaldo Liz. O Vitória da Conquista vai dispensar elenco e comissão técnica, bem como o Juazeirense.
Questionado sobre a continuidade do torneio estadual, Bellintani não ficou em cima do muro: disse que seria ruim dar fim ao Baianão. O dirigente levou em consideração que será necessário fazer ajustes no calendário estadual e também no nacional e avaliou que as medidas devem ser tomadas dentro de muito diálogo.
– Eu entendo que, naturalmente, o calendário vai precisar de ajustes. Faltam poucos jogos para terminar o campeonato. Muito ruim se o campeonato não acabar. Por isso defenderei, sim, que ele tenha continuidade, que ele vá até o final. Naturalmente, sabendo das limitações dos times do interior, principalmente, mas a gente sentar, conversar, ver quais são essas limitações e tentar superá-las. O Bahia entende que, com muita conversa, é possível construir, sim, um novo calendário para o futebol da Bahia, para o futebol do Brasil. Mas, naturalmente, a gente só deve se debruçar sobre isso quando entender exatamente qual é a dimensão deste novo calendário, quanto tempo a gente vai ter disponível, a partir, logicamente, das definições que estão acima disso, que são as definições de saúde pública e de interesse púbico geral no combate ao coronavírus.
O Bahia suspendeu suas atividades nesta semana, devido ao avanço do contágio pelo coronavírus. Na última quinta-feira, o clube ofereceu o Fazendão ao Governo do Estado, para que o equipamento possa receber pacientes menos complexos da doença. Após inspeção da Secretaria de Saúde da Bahia, o governador Rui Costa confirmou que usará o centro de treinamento e agradeceu ao presidente do clube, Guilherme Bellintani, pela iniciativa.