O governo do presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) pedalou para este ano o pagamento de aproximadamente R$ 2,3 bilhões que deveriam ter sido liberados em 2019, de acordo com reportagem da Folha publicada hoje (30).
A gestão descumpriu determinações legais e atrasou a concessão de benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).
O represamento dos recursos aliviou artificialmente o Orçamento federal do ano passado e vai desgastar ainda mais as contas públicas neste ano, durante momento de forte demanda por recursos para enfrentar a crise do novo coronavírus.
Segundo o jornal, a promessa do governo de zerar a fila deve ser cumprida em meio à pandemia, o que vai provocar perda de arrecadação e uma disparada de gastos públicos.
“Pedalada” é um termo usado quando o governo impele ou adultera compromissos financeiros, o que acaba mascarando a situação fiscal da União. A ex-presidente Dilma Rousseff (PT) sofreu impeachment em 2016, após ser acusada de ter cometido crime de responsabilidade ao pedalar despesas.
Em resposta à Folha, o presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), Leonardo Rolim, negou que o governo federal tenha feito uma pedalada fiscal. Ele alegou que o estoque de pedidos atrasados vinha aumentando desde 2014, mas só ficou evidente em 2018 e 2019, depois que o governo teria digitalizado os processos. Rolim ainda responsabiliza o governo da ex-presidente Dilma Rousseff por uma piora na fila.