
O senador e presidente do PSD na Bahia, Otto Alencar, negou ontem que o partido tenha entrado no acordo com o Palácio do Planalto que envolve a divisão de cargos em troca de apoio a projetos do Executivo no Congresso.
“O PSD da Bahia, por intermédio dos senadores Otto Alencar (presidente estadual), Angelo Coronel e seus deputados federais rechaçam com veemência, a possível aliança com o governo Bolsonaro em troca de cargos”, postou no Twitter. O post frisa com uma aspa do pessedista: “Não estaremos nessa malfadada conta do Centrão”, diz Otto Alencar.
Por meio de seus auxiliares, o presidente Jair Bolsonaro tenta construir base parlamentar para barrar um eventual processo de impeachment que possa vir a tramitar.
Conforme o jornal O Estado de S.Paulo, ele decidiu manter o comando da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) com o DEM, mas dividirá as diretorias da estatal entre outros partidos do Centrão. A empresa é uma das mais cobiçadas no Nordeste.
Depois de tentar isolar o DEM do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (RJ), com quem vive às turras, Bolsonaro tenta construir pontes com o partido. Nesta segunda-feira, 27, Maia disse que, antes de falar em impeachment, é preciso ter “cautela e equilíbrio”. Maia fez questão de destacar que “neste momento” a Câmara está focada na discussão sobre o enfrentamento do novo coronavírus.
“Quando você trata de um tema como impeachment, eu sou o juiz. É uma questão que a gente tem de tomar cuidado porque o açodamento e a pressa, nesses temas, vão ajudar a que a questão do coronavírus, que já é gravíssima, ganhe contornos ainda mais graves na vida da sociedade”, afirmou o presidente da Câmara.
Para o presidente do Solidariedade, deputado Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força (SP), não é hora de entrar no governo. “Me ofereceram o comando do Porto de Santos, mas eu não vou aceitar”, disse Paulinho.
Nessa disputa por cargos, a cadeira de Marcos Pontes, ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, também entrou no jogo. O Estado apurou que, além de partidos como o PSD, presidido por Gilberto Kassab, a base evangélica de Bolsonaro também gostaria de indicar um nome para resolver pendências de rádios e TV. Kassab foi ministro da pasta na gestão de Michel Temer. Atualmente, tem um aliado na Casa Civil do governo de João Doria, em São Paulo, mas está afastado do tucano.