O secretário municipal de Saúde, Léo Prates, comentou o avanço da Covid-19 em Salvador e disse que o cenário é “desesperador” na capital baiana. Em entrevista a José Eduardo hoje (1º) no Jornal da Bahia no Ar da Rádio Metrópole, ele comentou que a situação grave ficou ainda pior no último final de semana. “É muito cedo para avaliar as medidas restritivas. Epidemiologicamente, os sanitaristas falam que para se avaliar as medidas restritivas, só passam a ter efeito 14 dias depois. A gente só teria um cenário mais claro do efeito dessas medidas restritivas na sexta-feira. Por isso considero essa semana a mais dura. Houve uma aceleração muito grande, principalmente de ontem para hoje. Vou usar um termo que um gerente de UPA que falou comigo ontem no fim da tarde. Foi uma avalanche de gente nas UPAs. Em 36h, fechamos o sábado à noite com 48 solicitações de regulação. Abrimos o dia de hoje, 36h depois, com 90 solicitações de regulação. O cenário é desesperador”, afirmou Léo Prates.
Ainda de acordo com o gestor, já há registro de pessoas com planos de saúde que estão sendo atendidas no sistema público por conta da falta de leitos no setor privado. “Por conta do sistema de saúde, esse é o pior cenário. Para se ter uma ideia, alguns hospitais da rede privada já estão com 100%, assim como alguns públicos também. Já têm pessoas com plano de saúde esperando em UPAs a vaga surgir no sistema privado. Salvador não aguenta dois dias como foi no domingo. É desesperador no sentido de cumprir a nossa obrigação, que é dar atendimento de saúde de qualidade para a população. No cenário que caminhamos, se continuarmos com o sistema do mesmo tamanho, estamos indo a passos largos para o colapso do sistema de saúde”, declarou.
O pior cenário, segundo Prates, é o cada vez mais próximo colapso do sistema de saúde. Ele detalhou que o esgotamento de leitos fará com que pessoas venham a óbito dentro das próprias casas. “Você vai ter AVC em casa e vai morrer em casa. Não vai ter atendimento. Vai ter infarto e não vai ter atendimento. Vai ter coronavírus agravado e não vai ter atendimento. O que é o colapso? É a ausência de condições do sistema de saúde de lhe atender”, disse o secretário.
Informações: Metro1