O miliciano Adriano da Nóbrega não foi executado nem torturado e trocou tiros com policiais baianos em um cerco na zona rural da cidade de Esplanada, na Bahia, afirmou a polícia baiana nesta quarta-feira (26).
A suspeita de que o ex-policial militar foi executado chegou a ser cogitada pelo senador Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro.
Leia mais: ‘Capitão Adriano’ andava armado por fazenda, dizem moradores
O ex-PM foi homenageado na Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro) por Flávio Bolsonaro que na época era deputado estadual. A mãe e a mulher de Nóbrega também trabalharam no gabinete de Flávio na Alerj. Todos tinham ligação com Marcia Aguiar, mulher do ex-assessor parlamentar de Flávio Bolsonaro Fabrício Queiroz.
Segundo a polícia baiana, a reprodução simulada, promovida pelo Departamento de Polícia Técnica confirmou que o miliciano atirou sete vezes contra três policiais militares baianos antes de ser morto em fevereiro.
“Através dos depoimentos de testemunhas e dos envolvidos, além dos exames do DPT, percebemos que os policiais atuaram na tentativa de efetuar a prisão e acabaram entrando em confronto, após disparos de Adriano”, afirmou o diretor da Draco, delegado Marcelo Sansão.
O delegado acrescentou que as declarações e perícias convergiram. “Remontamos o cenário, com cada um de forma isolada, e a sequência relatada foi a mesma. O cenário analisado retrata um confronto”, destacou.
A polícia baiana informou ainda que dois projéteis atingiram o escudo dos policiais e os outros a parede e uma janela.
O diretor do IML (Instituto Médico Legal), perito médico legal Mário Câmara, reforçou que a necropsia não constatou tortura e nem tiros com as armas encostadas em Adriano. “Foram dois tiros que atingiram Adriano, em distâncias superiores a um metro”, concluiu o perito.
Copyright © Thomson Reuters.