Fechar o acordo comercial entre Mercosul e a UE exigirá do Brasil uma nova política ambiental, com o abandono de projetos de mineração, maiores recursos para o controle do desmatamento, não regularizar terras ocupadas, ampliar moratórias para o cultivo e o estabelecimento de um monitoramento da origem de produtos exportados.
O governo da França circulou nesta semana aos demais países da UE uma proposta detalhada sobre como tentar garantir que o Brasil e o restante do Mercosul cumpram seus acordos no campo do meio ambiente. A medida seria uma forma de permitir que, uma vez estabelecido o entendimento, um novo processo poderia ser lançado para a ratificação do acordo comercial entre entre Mercosul e a UE.
Nos últimos dois anos, as agências ambientais no país viveram cortes drásticos de recursos, além de uma ausência de fiscais.
A meta é de que o Brasil faça uma declaração de compromisso em relação ao desmatamento. Outro ponto proposto é a criação de um monitoramento regular desses compromissos, implementado pela União Europeia e o Mercosul.
“O Acordo original com Mercosul permitia aos países continuarem desmatando legalmente, em respeito as próprias legislações”, disse Raoni Rajão, professor de Gestão Ambiental da Universidade Federal de Minas Gerais. “Mas a incapacidade do Brasil de controlar o desmatamento ilegal e dar transparência para a sua produção, esta’ fazendo com que os compradores internacionais aumentem as exigências, e passem a exigir desmatamento zero”.
Fonte: Uol