Quando disse que a FAB não tinha mais Boeings que poderiam levar suprimentos a Manaus, o vice-presidente Hamilton Mourão esqueceu de contar que a Aeronáutica não tem mais esses aviões por duas decisões da gestão Jair Bolsonaro.
A primeira foi cancelar em fevereiro de 2019 licitação para compra de aeronave usada Boeing-767-300ER. A segunda foi cancelar licitação que atingiu o leasing da mesma aeronave, que estava sendo alugada desde 2016. Esta segunda decisão foi em 12 de agosto de 2020, já na pandemia.
A FAB tem quatro KC-390, mas um deles foi enviado em meio à crise para os EUA a fim de participar de treinamento militar com o Exército americano. Apesar disso, a Aeronáutica disse que essa falta não prejudica a logística para socorrer Manaus. Quatro meses antes da decisão de não se comprar o Boeing, a Itália e a França haviam transportado pacientes para outras regiões para desafogar hospitais.
Na época da decisão, a FAB informou que o cancelamento se devia a razões orçamentárias. Temia-se que, com a crise da covid, houvesse queda da arrecadação e, preventivamente, decidiram economizar. E alegava-se que a pandemia modificava os valores do mercado internacional.
Procurado, o Comando da Aeronáutica informou que “o recebimento do cargueiro multimissão KC-390 Millennium, que aumentou a capacidade de transporte da Força” estava entre as razões para deixar de comprar o Boeing 767-300ER.
Também informou que três dos 4 KC390 da FAB estão empenhados na operação de auxílio ao Amazonas. Na quinta, o ministro da saúde, Eduardo Pazuello, disse que seis aviões da FAB seriam mobilizados para levar oxigênio. Por fim, a FAB disse ainda que anteontem outras duas aeronaves C-130 Hércules pousaram no Amazonas com 18 toneladas de cilindros de oxigênio.
Fonte: Uol