Petroleiros da Bahia suspenderam uma greve iniciada nesta quinta-feira (18) para pressionar a Petrobras por respostas diante da venda de uma refinaria no Estado, após a estatal propor retomar negociações, afirmou em nota a FUP (Federação Única dos Petroleiros).
O movimento teve a adesão de cerca de mil trabalhadores, de acordo com a federação, além de contar com atos em outras unidades do país.
O movimento não afetou a produção da Rlam (Refinaria Landulpho Alves), em São Francisco do Conde (BA), que está em estágio avançado de venda para o Mubadala Capital, informou a Petrobras, que confirmou ter sido notificada da suspensão do movimento. A petroleira, no entanto, não deu mais detalhes sobre a manifestação realizada, como, por exemplo, se confirmava a adesão anunciada pela federação.
“A suspensão foi decidida após a comunicação enviada pela direção da Petrobras ao Sindipetro informando seu desejo de reabrir a mesa de negociação com a entidade sindical”, disse a FUP, no comunicado, ao pontuar que a greve poderá ser retomada caso não haja avanços nas negociações.
A petroleira havia afirmado anteriormente que o movimento era ilegal e que adotaria todas as medidas administrativas e jurídicas cabíveis. Segundo a FUP, não houve troca de turno na Rlam nesta quinta-feira, enquanto trabalhadores próprios e terceirizados permaneceram do lado de fora da unidade. A refinaria tem cerca de 900 trabalhadores próprios e 1.700 terceirizados, de acordo com a federação.
A Petrobras anunciou na semana passada que o Mubadala Capital venceu disputa pela Rlam, com uma oferta de US$ 1,65 bilhão. A assinatura do contrato, entretanto, ainda está sujeita à aprovação de órgãos competentes.
Antes de iniciar a greve, os trabalhadores entregaram à petroleira uma pauta reivindicatória relacionada à venda. Segundo a FUP, desde segunda-feira a petroleira vinha realizando reuniões com o Sindipetro-Bahia, mas não houve avanço nas conversas.
Dentre as reivindicações, os trabalhadores questionam como ficará o cronograma de transição da operação, os prazos de transferência de funcionários, critérios e prioridades, dentre vários outros questionamentos.
Os petroleiros ainda solicitam esclarecimentos sobre quais regras a companhia vai utilizar para indenizar as transferências e sua caracterização, em todos os casos, como de interesse da empresa.
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