O Sindipetro-BA (Sindicato dos Petroleiros da Bahia) realizou ato na manhã desta quarta-feira (10) contra a privatização da Rlam (Refinaria Landulpho Alves), anunciada pela Petrobras como a primeira de oito unidades postas à venda pela estatal. A Rlam foi vendida por US$ 1,65 bilhão para o fundo de investimento árabe Mubadala Capital. Segundo a FUP (Federação Única dos Petroleiros), no próximo sábado (13) a categoria decide se realiza uma greve nacional a partir da próxima semana.
“Faremos um seminário de planejamento de greve no próximo sábado e pretendemos avisar a Petrobras no sábado mesmo se for aprovada, para já parar na próxima semana”, informou o coordenador da Fup, Deyvid Bacelar, funcionário da Rlam.
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Na unidade trabalham 900 empregados concursados e 1.700 terceirizados, que, segundo o coordenador do Sindipetro-BA, Jairo Batista, ainda não sabem quem vai operar a refinaria ou se serão aproveitados.
“Falta informação”.
Até agora o governo da Bahia não falou com o fundo financeiro que comprou a refinaria e ninguém sabe quem vai operar a refinaria, se vão garantir empregos, se vão garantir o abastecimento interno, isso traz muita insegurança aos trabalhadores”, afirmou em entrevista a uma rádio local.
Além da refinaria instalada em São Francisco do Conde, a venda inclui um gasoduto de 600 quilômetros ligado ao Pólo de Camaçari. Na unidade são refinados diariamente 31 produtos.
Procurado, o governo informou que “neste momento, por não ter construído ainda uma relação institucional com o grupo investidor e desconhecer os planos do mesmo para a refinaria baiana, a SDE (Secretaria de Desenvolvimento Estadual) opta por aguardar antes de omitir opinião sobre os possíveis impactos desta negociação.”
Segundo o governo baiano, nenhuma reunião com o Mubadala Capital está agendada, mas esperam que isso ocorra após a assinatura do contrato de compra e venda. O governo disse ainda que pretende solicitar ao Mubadala que opera a refinaria na capacidade máxima (323 mil barris por dia).