Os trens do Subúrbio Ferroviário de Salvador realizaram a última viagem com passageiros no último sábado, 13, encerrando a operação do transporte após quase 160 anos de atividades. Na segunda-feira, 15, as 10 estações que faziam parte do sistema foram fechadas e imediatamente iniciadas as obras de implantação do novo sistema: Veículo Leve de Tranporte (VLT).
O presidente da Companhia de Transportes do Estado da Bahia (CTB), José Eduardo Copello, foi o entrevistado do programa Isso é Bahia, na rádio A TARDE FM, na manhã desta sexta-feira, 19, e analisou os impactos do novo modal para a população da região do Subúrbio.
“O novo sistema terá 23,3 km de extensão, 25 estações previstas, atendendo desde a Ilha de São João, em Simões Filho, até a integração com o metrô na estação Acesso Norte. A tarifa vai ser integrada aos sistemas de ônibus e metrôs, além do tempo de viagem, que vai ser de 25 minutos. Antes, com os trens, o tempo era de 40 minutos”, frisou.
Com o fim da operação dos trens, a primeira etapa de obras para implantação do VLT do Subúrbio já foi iniciada, cuja previsão de conclusão é de até três meses. De acordo com Copello, neste momento, as obras estão focadas na remoção do sistema antigo e da rede elétrica, o que interfere na colocação de máquinas de grande porte.
“Na estação da Calçada, já há início de trabalhos do novo sistema, com a remoção de trilhos, tapunamento da via, sondagem e teste de carga de fundações. O contingente de pessoas ainda é pequeno, mas a expectativa é a de que 2.500 pessoas trabalhem nesta etapa de obras e, durante a operação, 700 ou 800 profissionais”, afirmou.
Protestos
Contrários à substituição dos trens, moradores da região do Subúrbio Ferroviário de Salvador, além de trabalhadores e usuários do sistema antigo, promoveram protestos na semana passada. Eles se queixam, principalmente, da tarifa da passagem, que passará de R$ 0,50 para R$ 4,20.
>>>Passageiros protestam em última viagem dos trens do Subúrbio Ferroviário
Sem citar as reivindicações dos moradores e usuários, o presidente da CTB afirmou que espera que os impactos negativos para a população não sejam relevantes. “Antes, a capacidade dos trens era de transportar 12 mil pessoas e passará a atender demanda de mais de 170 mil, com capacidade de atender até mais”, ressaltou.
Ainda segundo José Eduardo Copello, boa parte da mão de obra que era utilizada na operação do sistema ferroviário deve ser absorvida com a implantação no novo modal ou distribuída entre o VLT e o metrô. “A CTB continuará sendo empresa, mas deixa de ter maquinistas, mecânicos e eletricistas. Os colaboradores da área operacional, em torno de 90, já são funcionários. Em relação à outra parte, o compromisso é de serem absorvidos em outras áreas, capacitados para exercer outras funções no metrô e no VLT”, finalizou.