
Após a pesquisa Datafolha revelar uma queda significativa na aprovação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), integrantes da equipe econômica defendem cautela e alertam contra medidas precipitadas que possam gerar mais instabilidade.
Nos bastidores, técnicos do governo reconhecem que o resultado pode aumentar a pressão política por ações mais incisivas, mas afirmam que mudanças bruscas poderiam comprometer o controle da inflação e elevar a taxa de câmbio. A principal preocupação é evitar que a tentativa de recuperar popularidade resulte em medidas eleitoreiras, como aumento excessivo de gastos públicos.
Uma das apostas do governo para amenizar o desgaste é o projeto de ampliação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5.000, acompanhado de novas taxações sobre os mais ricos para equilibrar as contas públicas.
A pesquisa Datafolha, divulgada na última sexta-feira (14), mostrou que a aprovação de Lula caiu de 35% para 24% em dois meses, enquanto a reprovação subiu de 34% para 41%. O resultado é atribuído, principalmente, à alta no preço dos alimentos e à crise envolvendo o Pix no início do ano, que gerou desinformação e obrigou o governo a recuar de uma norma da Receita Federal.