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A dona de casa Zeli dos Anjos, única sobrevivente adulta do caso de envenenamento em Torres (RS), falou pela primeira vez sobre o crime que tirou a vida de três membros de sua família. Em entrevista exclusiva ao Fantástico, ela se emocionou ao lembrar do ocorrido e revelou que já desconfiava da nora, Deise Moura dos Anjos, mas nunca imaginou que ela fosse capaz de cometer assassinatos.
“Eu sabia que ela era má, que fazia maldades, mas nunca que fosse chegar a um nível desses”, disse Zeli.
O crime aconteceu em 23 de dezembro, durante uma confraternização familiar. Como tradição, Zeli preparou um bolo de reis, que foi servido no apartamento de uma de suas irmãs. Logo após comerem as primeiras fatias, sete pessoas passaram mal. Três delas — Maida e Neuza, irmãs de Zeli, e Tatiana, sobrinha da dona de casa — não resistiram.
Zeli, o cunhado Jefferson e um menino de 11 anos sobreviveram. João, marido de Neuza, escapou porque não comeu o bolo. Zeli foi a que apresentou os sintomas mais graves e precisou ficar internada por 19 dias.
Inicialmente tratado como um caso de intoxicação alimentar, o caso teve uma reviravolta quando exames periciais confirmaram a presença de arsênio no sangue e na urina das vítimas. A polícia apontou Deise como a principal suspeita e descobriu que ela nutria um profundo ressentimento contra a sogra.
“Todos os depoimentos indicam que a investigada tinha um certo ódio da sogra. Ela mesma chegou a dizer, espontaneamente, que o apelido de Zeli era ‘naja’, seguido de uma leve risada”, afirmou o delegado Marcos Vinícius Muniz Veloso.
Nesta semana, Deise Moura dos Anjos foi encontrada morta dentro da prisão, onde aguardava julgamento pelo crime. As circunstâncias da morte estão sendo investigadas.