O crescimento do presidente Jair Bolsonaro (PL) nas pesquisas de intenção de voto pode favorecer uma eventual aliança entre os pré-candidatos ao Governo da Bahia, ACM Neto (União Brasil) e João Roma (PL). Os dois, que já foram aliados no passado, romperam com a ida do segundo para o Ministério da Cidadania.
De lá para cá, o nome de Roma cresceu na esfera nacional e ele foi escolhido para representar o campo bolsonarista em solo baiano na campanha de 2022, uma vez que até então o presidente não tinha grandes aliados localmente. Ele passou a viajar com o líder a tiracolo pelos principais municípios baianos.
Neto por sua vez, que chegou a apoiar Bolsonaro no segundo turno da campanha de 2018, passou a manter distância do mandatário federal diante das polêmicas e também da queda de popularidade dele na Bahia. O discurso, contudo, ainda pode mudar caso o nome de Bolsonaro cresça até as eleições de outubro.
Até então, o herdeiro carlista vem mantendo o discurso de que não quer federalizar a campanha na Bahia. No campo oposto, o principal adversário dele, Jerônimo Rodrigues (PT), tem apresentado crescimento expressivo ao ter o nome associado ao do ex-presidente Lula – que atualmente lidera as pesquisas de intenção de voto.
Nos bastidores, crescem as especulações de que Neto poderá abraçar o bolsonarismo em breve, levando em consideração a personalidade pragmática dele demonstrada em campanhas anteriores. E que isso pode levar, consequentemente, a uma nova aliança com Roma – que pode até mesmo ser alçado ao posto de vice. Neto, entretanto, nega veementemente.
Os rumores cresceram, inclusive, com a escolha de Cacá Leão (PP) para concorrer ao Senado na chapa. Cacá sempre negou formalmente qualquer proximidade ideológica com Bolsonaro, mas também nunca criou problemas para o governo durante a atuação no Congresso Nacional. Aliás, mostrou até fidelidade ao Palácio do Planalto em diversas ocasiões. Já se fala até que a campanha dele pode dinamitar a pré-campanha de Raíssa Soares (PL), que também quer tentar uma cadeira na senatoria.
Até meados de 2021, Roma dizia em conversas informais que poderia ser vice de Neto desde que ele também desse palanque a Bolsonaro. Se as próximas pesquisas presidenciais mantiverem a tendência de crescimento e polarização entre Bolsonaro e Lula, o cacique do União Brasil não terá outra escolha. Por Henrique Brinco /TRBN