Após 2 anos do rompimento da barragem em Brumadinho, moradores não enxergam futuro na localidade

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Passados dois anos do rompimento da barragem da Vale, em Brumadinho, na região metropolitana de Belo Horizonte, o saldo da tragédia ainda é um pesadelo não só para as famílias das 270 pessoas mortas pelo colapso. Ao menos 52 mil moradores de 26 cidades ainda lutam na Justiça para provar que também foram afetados pelo estouro do reservatório de rejeitos de mineração, no dia 25 de janeiro de 2019.

De acordo com o Aedas (Associação Estadual de Defesa Social e Ambiental) e o Instituto Guacuay, assessorias técnicas que acompanham os atingidos pelos rejeitos da barragem, as dezenas de milhares de pessoas não reconhecidas pela Vale também têm direito à reparação, embora tenham sido desconsideradas no critério estebelecido pela mineradora. A Vale definiu que apenas a população de Brumadinho e quem vive a 1 km das margens do Rio Paropeba teriam acesso à repasses mensais de até um salário mínimo (R$ 1.100 desde 1º de janeiro).

Os relatos indicam que o derramamento da lama mudou a rotina destas pessoas deixadas de fora do acordo, provocando perda de renda, doenças de pele, além de ter afetado a vida de comunidades indígenas, quilombolas, pescadores, pequenos comerciantes e agricultores que vivem em municípios cortados pelo Rio Paraopeba, atingido pela onda, e do entorno da represa de Três Marias, onde o curso d’água chega ao seu fim.

Com a pressão econômica e a falta do rio na lida diária, 22 famílias que viviam no local foram praticamente expulsas da própria terra. Parte se mudou para a Bahia e um grupo de mais de 100 pessoas encontrou refúgio a mais de 50 km dali, no bairro Jardim Vitória, na periferia de Belo Horizonte.

“Os moradores atingidos pelo rompimento tiveram renda muito prejudicada. A questão da contaminação da água, morte de rebanhos e animais, contaminação de hortas, por exemplo, vem acarretando progressivamente danos à saúde das pessoas e ao desenvolvimento econômico local. Os danos são constatados desde a perda dos espaços e formas de produção até o aumento do custo de vida no território”, disse o coordenador institucional da Aedas, Luiz Ribas.

Um levantamento feito por uma das assessorias técnicas que auxiliam os atingidos contou 12.325 pessoas, que vivem em cidades do entorno de São Joaquim de Bicas, que teriam direito a receber o auxílio emergencial da Vale, mas não estão incluídas nas listas de beneficiários da mineradora.

Adolescentes teriam direito a receber meio salário (R$ 550) e crianças, um quarto (R$ 225). Esse valor caiu pela metade em janeiro do ano passado, quando o desastre completou um ano. No auge, o auxílio chegou a ser pago a 108 mil pessoas e a previsão é de que este seja o último mês em que ele será depositado aos atingidos, conforme explica o coordenador-geral da Aedas, Lucas Vieira.

Fonte: R7

 

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